Giovana Kury, da Agência Tambor.
3/12/2019.
Pela primeira vez, as comunidades da Resex de Tauá-Mirim vão à universidade federal vender seus produtos 100% orgânicos, livres de veneno e produzidos por suas próprias mãos.
A I Feira da Resex de Tauá-Mirim acontecerá nesta quinta-feira, dia 5 de dezembro, das 9h às 14h30 no Campus do Bacanga, na UFMA – na rua ao lado do prédio de Políticas Públicas, próximo ao CEB Velho – e será aberta a toda a comunidade universitária e do entorno.
O pescador e membro do conselho-gestor da Resex, Alberto Cantanhede – conhecido como ‘Beto do Taim’ – foi entrevistado nesta terça-feira (3) pela Agência Tambor. “Boa parte da zona rural de São Luís estará envolvida nessa feira expondo seus produtos”, convidou.
Estarão à venda na feira farinha, camarão, doces, peixes, artesanatos, plantas medicinais e ornamentais, ovos, etc. – tudo produzido dentro das comunidades e com matéria-prima delas – 100% orgânicos.
Tauá-Mirim e a luta para tornar-se reserva extrativista
A ilha de Tauá-Mirim encontra-se na zona rural de São Luís, há 20km da capital, próxima ao Campo de Perizes. Seu ecossistema é formado por manguezais, babaçuais, capoeiras, nascentes e remanescentes de mata atlântica.
Tauá-Mirim é habitada por comunidades tradicionais que sobrevivem da pesca artesanal, do extrativismo, agricultura familiar e criação de animais de pequeno porte – porém, desde o final dos anos 70, tem sido ameaçada por grandes instalações industriais, metalúrgicas e portuárias, forçando a população a deslocar-se compulsoriamente de suas terras originárias.
Por conta disso, desde 1996, discute-se a criação da Reserva Extrativista (Resex) de Tauá-Mirim, cujo processo foi demandado em 2003 por um abaixo-assinado. Desde então – há quase duas décadas – , as comunidades têm lutado para que a Resex seja oficializada pelo governo federal.
A Reserva abrange os povoados Cajueiro, Limoeiro, Porto Grande, Rio dos Cachorros e Taim, além de parte da Vila Maranhão e a Ilha de Tauá-Mirim. A ilha é formada pelos povoados Amapá, Embaubal, Jacamim, Portinho e Tauá-Mirim, totalizando 16.663,55 hectares.
Além da feira, Beto do Taim falou sobre as recentes ameaças a Reservas Extrativistas da ilha, como a Revisão do Plano Diretor, a construção do Porto São Luís e a história de Tauá-Mirim. Clique aqui para ouvir o TamborCast com a entrevista completa.
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