Conselheiro do presidente, o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno Ribeiro, de 71 anos, tinha quase 17 no dia 31 de março de 1964.
“Era aluno do segundo ano Científico do Colégio Militar do Rio. Vibrei com a queda de João Goulart, um cancro na política brasileira”, disse ao Estado. A exemplo de Bolsonaro, Heleno não chama o golpe de golpe. Na sua definição, houve um movimento para conter o avanço do comunismo no País.
No começo da década de 1970, Heleno foi instrutor na Academia Militar das Agulhas Negras, no Rio, onde se formaram o atual ministro-chefe da Secretaria de Governo, Carlos Alberto dos Santos Cruz (turma de 1974), o vice-presidente Hamilton Mourão (1975) e o próprio Bolsonaro (1977).    No ano da formatura de Bolsonaro, Heleno, capitão recém-promovido, assumiu o cargo de ajudante de ordens do então ministro do Exército, Sylvio Frota – que tentou se impor como sucessor do presidente Ernesto Geisel e foi demitido. O grupo do entorno dele ensaiou um levante. Questionado, Heleno disse que sua participação foi “irrelevante”. “Tinha apenas 30 anos.”
O ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, de 65 anos, tinha 10 quando o Exército derrubou Goulart. Ele relatou que, durante o regime, se ded3icou à Brigada Paraquedista, no Rio. Sua atuação, disse, foi “exclusivamente” voltada à profissão militar.Já Santos Cruz, que tem gabinete no quarto andar do Palácio do Planalto, completava 12. O Exército tinha acabado de exterminar as guerrilhas na Amazônia quando, entre 1975 e 1977, ele concluiu os cursos de comando e guerra na selva.
À pergunta sobre sua experiência na ditadura, disse que não foi “frotista” nem “castelista”. “Não faço parte de grupos estereotipados. Fui ser militar porque tinha atração pela atividade militar e era uma opção profissional que eu tinha possibilidade de acessar.”
Em 1973, no auge da repressão, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, general Floriano Peixoto, de 64 anos, se formava pela Academia Militar das Agulhas Negras. Naquele ano, outro ministro, o almirante Bento Albuquerque, de Minas e Energia, entrava para a Marinha. Nos dois últimos governos militares ele se dedicou ao programa de submarinos.

O titular da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, de 56 anos, tinha um ano quando ocorreu o golpe e no último ano do regime, 1984, formou-se em Tecnologia Aeronáutica na Academia da Força Aérea. Militares mais novos, como o ministro Tarcísio Gomes (Infraestrutura), de 43 anos, não era nascido em 1964.


A cada quatro pronunciamentos feitos por Jair Bolsonaro durante sua passagem pela Câmara, pelo menos um mencionou o regime militar. O Estado compilou e analisou todos os discursos do atual presidente em plenário entre 2001 e 2018 – período em que ele ocupou uma cadeira de deputado. Das 901 falas catalogadas, 252 mencionam esse período histórico (28%).
Geralmente em tom nostálgico, os discursos dão crédito aos militares por reprimir a oposição de esquerda e negam que tenham sido cometidas violações de direitos humanos – o que está em desacordo com o consenso historiográfico atual.

O bairro do Sá Viana, local visitado pelo prefeito, já recebeu ações da Prefeitura como a retirada das famílias das residências em risco, interdição de imóveis, distribuição de mantimentos e garantia de moradia com o pagamento do aluguel social; as ações estão sendo executadas em varias regiões.

Prefeito Edivaldo acompanha ações da Prefeitura em área de risco no Sá Viana e conversa com moradores. O prefeito Edivaldo Holanda Junior, acompanhado de secretários e de equipes da Defesa Civil Municipal, vistoriou pontos de risco no bairro Sá Viana, na região do Itaqui-Bacanga. Na área, várias ruas foram afetadas pelas fortes chuvas na última semana. O local já recebeu ações da Prefeitura de São Luís com a retirada das famílias das residências em risco, interdição de imóveis a distribuição de mantimentos e a garantia de moradia com o pagamento do aluguel social. A área já recebe também obras estruturais, com aplicação de concreto para estabilização do solo. Também acompanharam o prefeito na vistoria deste sábado (30) a primeira-dama, Camila Holanda e o vice-prefeito, Julio Pinheiro.
Na ocasião, o prefeito visitou moradores próximos das áreas interditadas, conversou com diversas famílias e reforçou o compromisso da gestão de prestar assistência às famílias atingidas pelas chuvas. "Estamos trabalhando incansavelmente para reverter os danos causados pelas fortes chuvas. Estamos aqui no Sá Viana vistoriando as obras neste local, um dos pontos mais graves. As famílias estão sendo assistidas pela Prefeitura, por meio da Secretaria de Assistência Social, e nós estamos aqui para vistoriar o trabalho e conversar com as pessoas", disse o prefeito que determinou agilidade no pagamento do aluguel social às famílias atingidas pelas chuvas, o que já está acontecendo desde sábado (30), quando 122 famílias já começaram a receber o benefício.
Nesta próxima semana serão liberados novos pagamentos com previsão de mais 100 benefícios. Além do aluguel social, por meio da Semcas, a Prefeitura garante às famílias atendimento socioassistencial, distribuição de cestas básica e mantém constante trabalho de acompanhamento das famílias com vários profissionais na área.
 
As áreas do Sá Viana e Salina do Sacavém são os pontos mais graves identificados como de alto risco, após o período de fortes chuvas. Foram muitas casas afetadas e a Prefeitura procedeu com a retirada das famílias em risco. No momento está sendo realizado trabalho para estabilizar o local, drenando a água do solo para, em seguida, aplicar a concreto. Essa medida vai favorecer a continuidade dos serviços estruturais e o principal, garantir a segurança das pessoas que moram no local.
O prefeito conversou com moradores das ruas Militana Ferreira, Aquiles Lisboa e Tomás de Aquino, que estão entre as mais atingidas da área. Nos locais, casas estão interditadas até que os serviços sejam concluídos e fiquem fora de risco de desabamentos. As obras são executadas pela Secretaria Municipal de Obras e Serviços Públicos (Semosp) e está na fase de perfuração do solo para retirada da umidade e após, a penetração no solo com furos para injeção de concreto e recomposição da via urbana.
O secretário municipal de Obras e Serviços Públicos, Antonio Araújo, explicou a peculiaridade da área que é a instabilidade do solo, dada a diferença de mais de 20 metros de altura, que resultou no comprometimento da área. "É um trabalho delicado, que não pode ser acelerado, devido a fragilidade do solo. Não podemos entrar com máquinas muito pesadas que causariam a vibração do solo e comprometeria a estabilidade e fundação das casas, aumentando os riscos. Estamos trabalhando, por determinação do prefeito Edivaldo, de forma ininterrupta para garantir a segurança dos moradores", disse o gestor da Semosp.
Há mais de três décadas morando no local, Airton Vasconcelos, que também preside a Associação de Moradores do bairros, vem acompanhando as medidas que foram tomadas pela Prefeitura para amenizar o sofrimento das famílias. "Estamos aqui em uma situação de grande risco e ver que o prefeito Edivaldo veio aqui, saber o que estamos passando e nos ajudar é um alívio. Somos todos moradores antigos e queremos que tenha uma solução para que a gente não precise abandonar nossa casa", enfatizou.
O vigilante Billyglam de Jesus Moreira, 38 anos, estava apreensivo com a situação causada pelas chuvas. Ele precisou sair de sua casa com a mulher e os dois filhos pequenos de quatro meses e de 3 anos. "É uma situação difícil. Eu tinha minha casa e agora estou agregado com minha família. Sei que o prefeito é sensível a dor de todos nós aqui. Espero que o trabalho aqui fique pronto o mais breve e que a gente possa voltar para nosso lar", disse o morador.
O secretário municipal de Segurança com Cidadania (Semusc), Héryco Coqueiro, destacou as ações já promovidas pela Defesa Civil na área. "As equipes estão em acompanhamento constante da situação e já estivemos com as famílias para as medidas cabíveis. O prefeito Edivaldo orientou prioridade total a este momento para que possamos atender as demandas urgentes e garantir que todos estejam seguros até que as ações de contingência e estruturais sejam concluídas", ressaltou.
Presentes ainda na vistoria, o secretário municipal de Articulação Política, Jota Pinto; a superintendente da Defesa Civil Municipal, que integra a Semusc, Elitânia Barros; e técnicos da Semosp e Semusc.

Neófita no Congresso, Tabata Amaral (PDT-SP) sugere que Ricardo Vélez se demita do MEC, o deixa em silêncio, e agrava ainda mais a situação do ministro olavista(ULTRA-DIREITA) de Bolsonaro.


A deputada Tabata Amaral (PDT-SP), no Congresso, no último dia 27.
Quem assistiu ao discurso de estreia da deputada Tabata Amaral (PDT-SP), 25 anos, no plenário da Câmara dos Deputados, em fevereiro, não poderia imaginar que menos de dois meses depois ela colocaria contra a parede um ministro septuagenário do Governo Jair Bolsonaro. De fala mansa, linear e sem alterações, a deputada não carrega em seu discurso os trejeitos inflamados de palanque. “A educação não muda se as políticas e os políticos não mudarem”, disse ela, em pouco mais de cinco minutos de apresentação. E foi exatamente essa conduta serena e sem precisar mudar o tom de voz que fez o ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez, ficar sem resposta nesta quarta-feira durante uma reunião da Comissão de Educação da Câmara dos Deputados.
Durante as cinco horas que duraram a audiência, os seis minutos da fala da neófita em Brasília foram os mais tensos. A deputada questionou o despreparo do ministro e a falta de um projeto concreto para a educação. “Em um trimestre não é possível que o senhor apresente um Power Point com dois, três desejos para cada área da educação. Cadê os projetos? Cadê as metas? Quem são os responsáveis?”, perguntou ela. “Eu quero saber: onde eu encontro esses projetos? Não dá para acreditar que essa paralisia vá levar ao sucesso da educação brasileira".

Diante da apresentação que o ministro havia feito na audiência, a voz mansa de Tabata Amaral poderia ser para muitos um exercício de autocontrole. Chama atenção a superficialidade dos slides apresentados por Vélez. Um deles, que tratava sobre os “eixos prioritários de atuação para a educação básica”, elencava quatro vagas ideias: Discussão do Fundeb [o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento na Educação Básica], descentralização responsável, fortalecimento dos municípios e superação de desigualdades regionais. “Isso aqui não é um planejamento estratégico. Isso aqui é uma lista de desejos”, criticou a deputada.

Embora novata no Congresso, Amaral trabalha com o tema da educação há alguns anos. Em 2014, foi uma das fundadoras do Mapa Educação, um movimento social que pretende engajar os jovens na luta por uma educação de qualidade. Nasceu e cresceu na periferia de São Paulo, filha de um cobrador de ônibus e de uma diarista. Estudou a vida inteira em escola pública, e conseguiu chegar a Harvard, onde se formou em ciência política e astrofísica. O histórico da deputada, que circulou entre Barack Obama, Ciro Gomes e Luciano Huck, poderia ser a personificação de um dos termos favoritos e mais em voga entre a direita brasileira, a meritocracia. Mas do alto de seu currículo, a deputada rejeita o slogan "quem quer consegue" e diz que só se pode falar em méritos com oportunidades iguais e assim impõe dificuldades aos que querem rebater sua eloquência. “Não viemos aqui esperando resultados”, afirmou ela. “Mas sim algum indício de que havia algum planejamento estratégico. Saio desta reunião extremamente decepcionada e sentindo que a sua incapacidade de apresentar uma proposta, de saber dados básicos e fundamentais é um desrespeito ao Brasil todo. Eu não conheço um bom gestor que não saiba o mínimo do que está fazendo”.

A jovem deputada finalizou sua breve fala afirmando não esperar respostas do ministro, que permaneceu em silêncio ao longo de todo seu discurso, inclusive quando ela sugeriu sua demissão. “Eu não espero mais nenhuma resposta, eu já entendi que isso não vai acontecer. Então a mim me resta continuar o meu trabalho de educação, que não começa com este mandato, e esperar que o senhor mude de atitude, o que parece completamente improvável, ou saia do cargo de ministro da Educação. Obrigada”.


Ao aconselhar Vélez a deixar o cargo, a deputada joga ainda mais o ministro contra as cordas. No centro de uma crise em sua pasta que já rendeu 16 demissões no MEC, Vélez, de 76 anos, não estava na posição mais confortável para participar da reunião. Na própria quarta-feira, o presidente Jair Bolsonaro havia admitido, em entrevista à TV Band, que há “coisas que não estão dando certo” na pasta do ministro indicado por Olavo de Carvalho.

No olho do furacão, a demissão de Vélez passou a ser ventilada na noite de quarta-feira. O presidente, como de costume, foi às redes sociais para falar sobre o tema, mas não defendeu claramente Vélez. “Sofro fake news diárias como esse caso da "demissão" do Ministro Velez. A mídia cria narrativas de que NÃO GOVERNO, SOU ATRAPALHADO [caixa alta do autor], etc. Você sabe quem quer nos desgastar para se criar uma ação definitiva contra meu mandato no futuro. Nosso compromisso é com você, com o Brasil”, escreveu Bolsonaro, sendo retuitado por Ricardo Vélez.

Ainda na reunião com a comissão de Educação da Câmara, o ministro disse para Amaral que são as secretarias do MEC que sabem dos dados quantitativos questionados por ela. “Se a senhora não espera respostas, por que faz perguntas?”, indagou o ministro, para, ao final, se limitar a dizer que “a única coisa que posso dizer é que fico. Só me demito se o presidente da República achar que a minha colaboração não está sendo adequada”. À Band, Bolsonaro afirmou que conversará com o ministro da Educação somente no retorno de sua viagem para Israel, programada para acontecer neste domingo e durar três dias.


Um dos slides apresentados pelo ministro na audiência desta quarta.
Um dos slides apresentados pelo ministro na audiência desta quarta. 
Fonte: Jornal EL PAÍS.

















Quase dois milhões de assinantes no YouTube, 1,3 milhão de seguidores no Instagram, imagens de verduras, legumes, ervas e frutas; livros, conselhos de beleza, tratamentos de desintoxicação… Yovana Mendoza Ayres, mais conhecido como Rawvana, criou a partir de 2013 um império baseado no estilo de vida vegano. E, dentro deste, aderiu à corrente mais radical: a que consome os mantimentos crus. Sua legião de seguidores lhe garantia um faturamento tão elevado quanto o pedestal de onde ela observava o mundo. Sua imagem, esbelta e feliz, era parte de um espetáculo que não parecia ter freio, de uma farsa que manteve durante muito tempo. Seu blog está repleto de receitas crudiveganas e de produtos com os quais promete a perda de quase cinco quilos em 21 dias. Qualquer proteína animal estava absolutamente vetada, ao menos da porta de casa para fora.
Mas esta californiana de origem mexicana subiu tão rápido que acabou caindo. A imperatriz crudivegana compartilhava até poucos dias atrás imagens junto a apetecíveis alimentos naturais, mas sua credibilidade desmoronou em segundos, os mesmos que dura um vídeo gravado pela colombiana Paula Galindo, especialista em assuntos de beleza e que soma 7,5 milhões de seguidores no Instagram. Elas compartilhavam uma viagem à ilha indonésia de Bali, e Galindo, numa gravação aparentemente inocente, registrou o instante em que Rawvana estava a ponto de degustar um prato no qual descansava um filé de peixe. Um sacrilégio para os princípios que tinha defendido nos últimos seis anos.


A cooperação técnico-militar entre a Venezuela e a Rússia é legal e existe há mais de 18 anos, lembrou o analista em assuntos internacionais Sergio Rodríguez Gelfenstein à Sputnik Mundo.

Avião de bandeira russa no Aeroporto Internacional Simon Bolivar, em Caracas

O especialista sublinhou que a Venezuela estabeleceu essas ligações com Moscou depois que os EUA deixaram de enviar suprimentos militares para o país sul-americano.
Rodríguez Gelfenstein apontou que o acordo de cooperação entre a Venezuela e a Rússia data de 2001, quando o país, encabeçado naquela época por Hugo Chávez, "foi forçado a mudar o fornecedor de suas Forças Armadas". 
Quando Trump acha que pode mandar fora dos EUA
© SPUTNIK / VITALY PODVITSKY
O analista lembrou que, quando Chávez chegou ao poder, "a maior parte do armamento das Forças Armadas venezuelanas era de origem norte-americana".
A oposição dos EUA em relação às políticas implementadas pelo chavismo fez com que a Venezuela logo enfrentasse restrições em usar o armamento ou obter peças sobresselentes.
"É nesse quadro que surge o grande convénio com a Rússia", disse o analista à Sputnik Mundo. O acordo, sublinhou, prevê "revisões permanentes" e permite a cooperação entre as Forças Armadas de ambos os países.
Assim, o Exército venezuelano participou de celebrações patrióticas russas, enquanto Moscou enviou delegações técnicas para trabalhar na Venezuela.
Uma dessas delegações visitou a Venezuela em dezembro de 2018 e outra em março deste ano. Para Rodríguez Gelfenstein, se trata de operações habituais no quadro do acordo, "embora a situação internacional, sobretudo depois de 23 de janeiro, tenha evoluído de forma tão rápida que há um questionamento de qualquer decisão que a Venezuela tome em matéria interna e internacional".
As relações da Venezuela com a Rússia e a China, por exemplo, são especialmente questionadas pelos EUA, disse o analista.
"Doutrina Monroe" foi o nome dado ao princípio da política exterior implementado a partir de 1823 pelo presidente estadunidense James Monroe, que considerava como uma "agressão" qualquer intervenção de um país europeu no continente americano. "A América para os americanos" é a frase que resume essa doutrina, segundo a qual os EUA interviriam antes de qualquer intervenção extracontinental.
Para o analista, a intenção dos EUA de regressar a essa política "é hoje aberta, patente e oficializada pelo conselheiro [John] Bolton".
Foi precisamente o conselheiro de Segurança dos EUA que declarou na sua conta no Twitter que o seu país “não tolerará a interferência de potências militares estrangeiras nos objetivos compartilhados do hemisfério ocidental: democracia, segurança e supremacia da lei. O Exército venezuelano deve apoiar o povo da Venezuela”.
Para Rodríguez Gelfenstein, as palavras de Bolton constituem “uma clara ameaça” para a América Latina e a participação de países como a Rússia e a China.