A Comissão de Obras e Serviços Púbicos da Assembleia, sob a presidência do deputado Felipe dos Pneus (PRTB), realizou audiência pública, na tarde de quinta-feira (26), na Câmara de Vereadores de Santa Inês, com o objetivo de discutir a problemática da falta de água no município. Participaram também do evento os deputados estaduais Rildo Amaral (SD), Mical Damasceno (PTB), Vinicius Louro (PL), Leonardo Sá (PL), Wellington do Curso (PSDB) e Roberto Costa (MDB). O presidente da Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão (Caema), Carlos Rogério Araújo, representou a empresa na audiência.
Autor da proposta de realização da audiência pública, o deputado Felipe dos Pneus esclareceu, na abertura dos trabalhos, que a finalidade da discussão é resolver esse problema que, segundo ele, se arrasta há vários anos na cidade. O parlamentar considerou a audiência muito rica em discussão e em representatividade.
“Foi muito positiva a audiência. A presença do presidente da Caema, de todos vereadores de Santa Inês, de dezenas de populares e de sete deputados engrandeceu o debate. Todos nós queremos uma solução dos poderes constituídos para solucionar essa questão. Água é um bem essencial à sobrevivência e à qualidade de vida dos seres vivos, e nós não podemos mais assistir à população de Santa Inês padecer desse grave problema. Para isto estamos hoje aqui, nesta Casa Legislativa”, disse Felipe dos Pneus.
UNIÃO
Os deputados estaduais presentes à audiência pontuaram os reflexos do problema da falta d´água na vida dos moradores do lugar. “A união é capaz de resolver os problemas. Nós, deputados, precisamos nos unir e encontrar uma solução. Comprometo-me a viabilizar uma emenda parlamentar para destinar recursos à execução de projetos emergenciais que solucionem esse problema”, afirmou a deputada Mical Damasceno.
Para o deputado Wellington do Curso, é “vergonhoso” o que acontece em Santa Inês. “A população da cidade anda de lata d´água na cabeça. Não é justo não ter água e ainda assim pagar a conta para à Caema”, acrescentou.
O deputado Rildo Amaral destacou ser esse um drama vivido também por outras cidades do estado. “A falta de água é também um problema vivenciado em Imperatriz. A Caema precisa se organizar e dá respostas à população”, declarou.
Já o deputado Dr. Leonardo Sá apresentou proposta sugerindo que os parlamentares apresentassem emendas conjuntas para viabilizar o projeto emergencial.
A prefeita de santa Inês, Vianey Bringel, reconheceu o problema e disse que o município não tem condições de resolvê-lo sozinho. “O serviço da Caema sempre foi deficitário. Estamos cavando poços e firmando parcerias para atenuar o problema e fazer a nossa parte. Nos povoados a água é abundante”, afirmou a prefeita.
Também descontentes com a situação, os vereadores municipais destacaram o atendimento deficitários do abastecimento de água na cidade e o dilema vivenciado pela população. “Santa Inês não tem água e a população sofre com isso. Espero que, a partir dessa audiência, se encontre uma solução”, salientou o presidente da Câmara de Vereadores de Santa Inês, Luiz Carlos Pereira Siqueira (PSB).
A audiência pública foi acompanhada por dezenas de populares, como a Dona Ana Rosa, 64 anos, moradora da Rua 1º de Maio, e Dona Francisca, também moradora do lugar. “Há 30 anos espero uma solução para esse problema. Estou doente da coluna de tanto carregar água. Exijo respeito e mais dignidade a nós, moradores”, disse Francisca.
o vereador Breno Raposo (DEM) defendeu a necessidade de se pensar numa solução eficaz e não protelatória, enquanto sua colega de parlamento, a vereadora Carla Souza (PTB), destacou que a população paga por um serviço que não tem.
SOLUÇÕES
Sobre a problemática da falta de água em Santa Inês, o presidente da Caema, Carlos Rogério Araújo, disse que a companhia elaborou projetos executivos para resolver o problema em definitivo, mas que o montante de investimento necessário era muito alto, cerca de R$ 57 milhões.
“A proposta é captarmos água do rio Pindaré e instalarmos três reservatórios, mas não dispomos dos recursos necessários. Porém, elaboramos um projeto emergencial que propõe a construção de um anel distribuidor para toda a cidade, que implicaria em investimentos bem mais modestos, na ordem de um pouco mais de R$ 3 milhões. Acredito que os próprios deputados, por meio de suas emendas, podem contribuir para viabilizar a execução desse projeto emergencial”, assinalou o presidente da Caema.
Ele considerou excelente a audiência e enalteceu a iniciativa da Assembleia Legislativa de promover a discussão. “A Assembleia está de parabéns por realizar uma reunião com essa qualidade. É fundamental ouvirmos a população. Atuamos, hoje, em 160 município do estado. Temos consciência de nossas deficiências. Faltam recursos para que possamos prestar um serviço mais eficiente. Mas saio hoje esperançoso diante da sinalização dos deputados de ajudarem com suas emendas parlamentares”, pontuou Araújo.
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