Um grande e diversificado público participou, na noite desta sexta-feira (13), no Espaço Renascença, da roda de debates “Dialogando sobre a Depressão”, no bairro Renascença II. O evento foi promovido pelo deputado Fábio Macedo (PDT), autor da Lei 11.079, que instituiu o dia 13 de setembro como o Dia Estadual de Combate à Depressão, e integra a programação do chamado Setembro Amarelo, campanha brasileira de prevenção ao suicídio.
“Dia13 de setembro, Dia Estadual de Combate à Depressão, é uma data destinada para a discussão sobre essa doença, as circunstâncias em que ela acontece e as formas de tratamento, além de conscientizar e sensibilizar a população sobre o assunto. O Maranhão é o pioneiro em instituir um dia estadual de combate à depressão. E, brevemente, teremos também essa data como o Dia Nacional de Combate à Depressão. Hoje vamos conversar e buscar superar o preconceito que existe sobre essa doença”, esclareceu o deputado Fábio Macedo.
Participaram do evento, dentre outras autoridades, os deputados Glalbert Cutrim (PDT), Wellington do Curso (PSDB), Roberto Costa (MDB), Cleide Coutinho (PDT), Andreia Rezende (DEM), Mical Damasceno (PTB), o presidente da Câmara de Vereadores de São Luís, Osmar Filho (PDT), o deputado federal Gil Cutrim (PDT) e os secretários de Estado de Articulação Política e Comunicação, Rodrigo Lago, e o Chefe da Casa Civil, Marcelo Tavares.
Coube ao jornalista e ex-apresentador do programa Bem Estar, da Rede Globo, Fernando Rocha, mediar a roda de debates “Dialogando sobre à Depressão” que contou com a participação da ex-BB Fany Pacheco, do cantor Tony Guerra, da psicóloga Sandra Ory, do psiquiatra Gilberto Alves e das influenciadoras digitais David Brasil e Thaynara OG e do deputado Fábio Macedo.
A banda do cantor maranhense Roberto de Carvalho se apresentou abrindo o evento e fazendo o intervalo entre os blocos de debates. Inicialmente, Fernando Rocha deu testemunho de que já foi vítima da depressão e de como enfrentou esse momento de sua vida.
Desmitificando a depressão
“A depressão é considerada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como o mal do século. É uma doença silenciosa que não tem raça, não tem cor, não tem talão de cheque, não tem estatura. Essa doença atinge 6% da população do planeta terra. São quase 400 milhões de habitantes que sofrem com essa doença. Ela tira os dias saudáveis de milhões de brasileiros, afastando-os de sua vida social. Para combatê-la temos que compreendê-la e desmitificá-la. Por isto estamos todos aqui”, afirmou Fernando Rocha.
Em seguida Fany Pacheco e Tony Guerra relataram as circunstâncias nas quais foram vitimados pela depressão e como enfrentaram a anomalia. “Ela me acometeu num momento de luto familiar, quando perdi minha mãe. Isolei-me de tudo e de todos. Pensei muitas vezes em me suicidar. O suicídio é consequência natural da depressão. A depressão é uma doença como qualquer outra. Nossa cultura tem uma mania de estigmatizar as doenças da mente”, revelou Fany.
‘A depressão veio como um terremoto na minha vida. Quando tive depressão, o preconceito era maior do que é hoje. Na época, diziam que quem tomava remédio tarja preta era maluco, doido. Superei a depressão consultando com psicólogos e psiquiatras. O depressivo tem que procurar tratamento”, relatou Tony Guerra.
“A depressão, além de mal do século, é uma consequência do mal do nosso século. Uma consequência de um estilo de vida extremamente estressante e de um nível de competitividade absurdo, que tornam as relações frágeis e superficiais”, frisou a psicóloga Sandra Ory. “A fadiga, a lentidão do pensamento, a irritabilidade e a diminuição da libido são sintomas comuns do depressivo. A pessoa que apresentar esses sintomas deve procurar, imediatamente, um médico e não necessariamente um psiquiatra”, esclareceu o psiquiatra Gilberto Alves.
“Graças a Deus não tive depressão. Conheço pessoas depressivas e, por isso, sei que não é “frescura” ou “falta do que fazer” como muita gente diz”, afirmou David Brasil. “Estou muito feliz por estar aqui nesse bate papo. Nunca cheguei a entrar em depressão, mas cheguei bem perto. Mas sei o quanto essa doença infelicita as pessoas. Qualquer pessoas pode ser vítima dessa doença. Por isto temos que nos unir para combatê-la. Esse é um pequeno grande passo no seu enfrentamento”, declarou Thaynara OG.
O deputado Fábio Macedo relatou sua experiência com a doença. “Em 2018 entrei num quadro depressivo. Relutei muito em procurar um médico, pois temia o preconceito das pessoas. Esse é um grande entrave para o enfrentamento dessa doença. É preciso vencer esse preconceito”, assinalou.
Avaliação
Para Elise Martins Israel, acadêmica de Psicologia da Faculdade Estácio, a instituição do Dia Estadual de Combate à Depressão é um grande avanço. “Esse evento deu uma grande contribuição para quebrar as resistências da sociedade no enfrentamento da depressão. A partir de hoje, acho que a depressão passa a ser vista de outra forma. Parabéns ao deputado Fábio Macedo e a Assembleia pela aprovação da lei”, complementou.
Para a jovem Bruna Maria Gomes da Silva, foi muito interessante a forma como se tratou o problema da depressão. “O formato de roda de debates com depoimentos de quem já vivenciou e de quem trata a depressão enriqueceu muito nosso conhecimento”, frisou.
“Agradeço a todos que participaram dessa roda de debates, principalmente a esse grande público. Muito obrigado de coração a todos os nossos debatedores que abrilhantaram esse evento. No próximo ano, vamos fazer um evento maior ainda. Acho que cumprimos com o objetivo de esclarecer o que é a doença chamada depressão e com enfrentá-la”, avaliou Fábio Macedo.
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