Bolsonaro posta vídeo 'na Noruega', mas cenas de caça de baleias são na Dinamarca

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Imagens foram gravadas durante festival tradicional nas Ilhas Faroe. 

Vídeo postado pelo presidente mostra mar tingido de sangue durente caça de baleias.
Depois da suspensão da ajuda financeira da Noruega para o Fundo Amazônia, voltado para a luta contra o desmatamento na Amazônia, o presidente Jair Bolsonaro voltou a atacar Oslo e sua "caça às baleias", mas desta vez usando imagens erradas. 
Na noite deste último domingo, Bolsonaro postou no Twiiter um vídeo com cenas de uma caça em massa de baleias, que, abatidas na praia, tingiam as águas do mar de vermelho.

"Em torno de 40% do Fundo Amazônico vai para as... ONGs, refúgio de muitos ambientalistas. Veja a matança das baleias patrocinada pela Noruega", diz a postagem do presidente.

As imagens supostamente feitas em 29 de maio na Noruega ilustram um festival de caça tradicional chamado "grindadráp" nas Ilhas Faroe, um território dependente da Dinamarca, no Atlântico Norte.
 As cenas foram gravadas entre 2017 e 2018 pela equipe do Reino Unido da ONG norte-americana Sea Shepherd, que luta pela preservação dos seres marinhos.

O tuíte de Bolsonaro provocou indignação em alguns internautas.
"Informação falsa é um crime, senhor Presidente", reagiu um usuário.
A rede de ONGs Observatório do Clima respondeu ao presidente informando que as imagens do vídeo foram captadas pela ONG norte-americana Sea Shepherd, que atua em defesa da vida marinha.

Em nota, a Sea Shepherd informou que as imagens foram gravadas entre 2017 e 2018 pela equipe representante do Reino Unido.
 A Noruega é um dos pouco países que não respeitam o moratório de 1986 contra a caça de baleias, juntamente com Japão, Dinamarca e Islândia.

A ONG ainda sugeriu que os últimos acontecimentos são uma grande oportunidade para o Brasil negociar com a Noruega o fim da caça de baleias em troca da proteção da floresta amazônica contra o desmatamento.

Bolsonaro critica a Noruega desde que o país, assim como a Alemanha, anunciou na semana passada o bloqueio de R$ 133 milhões (cerca de US$ 33 milhões) destinados ao Brasil sob argumentação de que o país "não quer deter o desmatamento" da Amazônia. 

Com isso, teria rompido unilateralmente o acordo com os doadores do Fundo, para o qual Oslo contribuiu com US$ 900 milhões desde sua criação, em 2008. 



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