Mais de 100 crianças acusadas de feitiçaria são atiradas aos jacarés em Angola

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Acusadas de práticas de feitiçaria, mais de cem crianças foram atiradas aos rios pelos familiares nos 
últimos três anos em quatro provuíncias 
angolanas. Para serem devoradas por jacarés.


Instituto da Criança deu por concluído, em 2019, cerca de 39 processos de crianças acusadas de práticas de feitiçaria ©  BENJAMIN CÂNDIDO | LUNDA-NORTE| EDIÇÕES NOVEMBRO.



Mais de cem crianças acusadas de práticas de feitiçaria nas províncias de Cabinda, Zaire, Malanje e Bengo, nos últimos três anos, foram atiradas aos rios pelos familiares, informou uma equipa de investigadores nacionais do Centro de Estudos e Investigação em População (CEIP).
O fenómeno "feitiçaria" contra menores constitui um problema social que tem preocupado os investigadores do Centro de Estudos e Investigação em População (CEIP), afecto à Universidade Agostinho Neto (UAN) e as organizações sociais ligadas à causa.
Em declarações ao Jornal de Angola, o director do Centro de Estudos e Investigação em População (CEIP), Ndonga Mfuwa, disse ter constatado no terreno que muitos pais e encarregados de educação lançam os filhos aos rios para, de seguida, serem devorados pelos jacarés, alegando serem feiticeiros.
Alguns progenitores, prosseguiu o investigador, além de acusarem os filhos de feiticeiros, expulsam-nos do seio familiar e mais tarde arrependem-se do que fizeram e depois de procederem de tal forma, entram em conflito com as entidades acolhedoras.

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