Desde o anúncio do Governo Federal de que firmara acordo com os Estados Unidos para a exploração comercial da Base de Alcântara levantou-se a possibilidade de que comunidades quilombolas pudessem ser atingidas caso o acordo fosse aprovado pelo Congresso Nacional.
Entre os representantes do Maranhão em Brasília, inicialmente, muitos demonstraram-se preocupados com a possibilidade de retirada de famílias das áreas que ocupam por mais de quatro décadas.
O Acordo de Salvaguardas Tecnológicas (AST) foi assinado em março, nos Estados Unidos, a matéria foi tema de audiências públicas e já foi aprovada na Comissão de Relações Exteriores e Segurança Nacional da Câmara dos Deputados.
Depois de tudo isso e mais uma pressão do presidente Jair Bolsonaro (PSL), a bancada maranhense toda se voltou a favor da aprovação do AST.
Mas o que os deputados e senadores maranhenses nunca falaram é que existe uma possibilidade real de retirada de famílias quilombolas da área. Nunca falaram ou por desconhecer ou na tentativa de esconder o fato.
A possibilidade da remoção veio à tona somente após reportagem do site nacional Congresso em Foco, que trouxe declarações do filho do presidente, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-RJ), afirmando que haverá transferência de pelo menos 800 famílias com a aprovação do AST.
Tudo isso porque já existe previsão legal de expansão da área da Aeronáutica, o que não obriga o AST prever expansão do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA).
Os deputados maranhenses – talvez ávidos pela questão econômica -, parecem ter deixado a preocupação com o lado social, omitindo possíveis consequências que moradores da Alcântara poderão sofrer.
Estado Maior