A senadora Eliziane Gama (PPS) foi a entrevistada do quadro “Sala de Entrevista”, do telejornal “Portal da Assembleia”, da TV Assembleia, nesta quarta-feira (20). Descontraída e à vontade por retornar ao Parlamento Estadual, ela falou sobre sua atuação parlamentar no Senado Federal, destacando ações promovidas no combate à violência contra a mulher e na defesa dos trabalhadores rurais. Além disso, ela falou sobre a proposta de reforma da Previdência, sobre a Base de Alcântara e meio ambiente.
Eliziane Gama disse que se sente frustrada diante do conteúdo da pauta de debates colocada pelo governo de Jair Bolsonaro. “A população brasileira vive um momento novo e está esperançosa por dias melhores, cheia de sentimentos alimentados pela campanha vitoriosa do presidente Bolsonaro. Mas, infelizmente, até agora, só temos visto propostas desfavoráveis à população brasileira como, por exemplo, a da reforma da Previdência”, enfatizou.
Segundo a senadora, o governo diz que a Previdência Social apresenta um déficit de R$ 300 bilhões e que, caso a reforma da Previdência seja aprovada como está, haverá uma redução desse déficit, nos próximos 10 anos, de algo em torno de R$ 1 trilhão e 100 milhões. Ela afirmou que a proposta de reforma da Previdência apresentada pelo atual governo penaliza, sobretudo, as populações minoritárias e que, se não houver um recuou do governo, não será aprovada.
“Não se justifica pesar a mão sobre o trabalhador rural na reforma da Previdência. Acredito que há outras alternativas que podem levar o governo a alcançar essa economia nos gastos previdenciários como, por exemplo, um melhor sistema de fiscalização e controle da contribuição previdenciária das grandes empresas. Nesse sentido, estamos discutindo, com afinco, mecanismos capazes de dar segurança para o trabalhador brasileiro”, argumentou.
Prerrogativas do Congresso Nacional
A senadora disse que o Congresso Nacional tem que ter suas prerrogativas respeitadas, dentre elas, a de legislar. Por isso, pode e deve propor alterações nas matérias de iniciativa do Poder Executivo como, por exemplo, a da reforma da Previdência. “Fico preocupada quando o ministro da Economia, Paulo Guedes, concede entrevista nos meios de comunicação e diz que 'se desidratar a Reforma, eu saio'. Temos que garantir a autonomia do parlamento”, advertiu.
Caso Marielle
Indagada sobre as investigações do assassinato da vereadora Marielle, Eliziane Gama lamentou os termos empregados pelos responsáveis pelas investigações, quando são inquiridos pela mídia, e disse que pediu rigor nas apurações para se chegar aos mandantes do crime. “Dizer que se trata de um 'mimimi' é uma demonstração de falta de responsabilidade pública, além de um olhar extremamente machista. Isso me gerou indignação e revolta!”, frisou.
Base de Alcântara
Eliziane Gama também expressou grande preocupação com o que coinsidera "olhar pró-Estados Unidos do presidente Jair Bolsonaro". A senadora entende que a presença americana no Brasil precisa ser vista com outro olhar. “A retirada da chancela do visto de entrada de norte-americanos em nosso País sem haver uma reciprocidade é algo preocupante. Precisamos analisar o protocolo desse acordo que envolve a Base de Alcântara. O que está em jogo é a nossa soberania nacional”, alertou.
Por fim, a senadora revelou que vai requerer uma audiência pública, no Senado Federal, para discutir os protocolos do acordo firmado entre Brasil e Estados Unidos, que envolve a Base de Alcântara, assinado pelo presidente da República. “Nós não podemos abrir precedentes. Hoje é a Base de Alcântara, amanhã pode ser a Amazônia. Até que ponto temos a garantia de nossa soberania? O presidente Jair Bolsonaro não tem um olhar voltado para o nosso País, ou seja, não tem um olhar nacionalista”, finalizou.
0 comentários:
Postar um comentário