'Pior ainda por vir': chefe da OMS revela apuração na China e pede união mundial contra COVID-19

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Diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, se faz presente em uma coletiva em Genebra

O mundo deve permanecer unido em meio à pandemia da COVID-19, já que a falta de solidariedade está ajudando o novo coronavírus e o pior ainda por vir, alertou o diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus.
"Um grupo muito diversificado de especialistas disse que esse vírus tem duas combinações perigosas. Uma é rápida. É contagiosa. A segunda é uma assassina. E pode explorar divisões entre nós [...]. É por isso que a OMS está dizendo para que se evite qualquer divisão. Quaisquer diferenças podem ser exploradas pelo vírus", avaliou Tedros em um briefing virtual.
Embora não cite nomes, o diretor da OMS parecia estar se referindo ao crescimento da COVID-19 nas Américas, as quais detêm os dois líderes em infecções confirmadas e mortes: Estados Unidos e Brasil. Em comum entre os dois países, dois presidentes criticados internamente pela falta de coordenação federal para atuar contra a pandemia.
"Com 10 milhões de casos agora e meio milhão de mortes, a menos que abordemos os problemas que já identificamos como OMS - a falta de unidade nacional e a falta de solidariedade global e o mundo dividido, que está realmente ajudando o vírus a se espalhar - como eu disse em meu discurso, o pior ainda está por vir. Lamento dizer isso, mas com esse tipo de ambiente e condição, temos medo do pior", pontuou Ghebreyesus.
O chefe da OMS reforçou que a pandemia não está nem perto de terminar, observando que, seis meses depois que a China alertou a OMS pela primeira vez sobre uma nova infecção respiratória, os números pelo planeta seguem assustadores.
Segurança monta guarda em frente do mercado de Xinfadi em Pequim, sábado, 13 de junho de 2020. Pequim fechou o maior mercado da cidade após a descoberta de 7 casos do novo coronavírus nos dois dias anteriores
Segurança monta guarda em frente do mercado de Xinfadi em Pequim, sábado, 13 de junho de 2020. Pequim fechou o maior mercado da cidade após a descoberta de 7 casos do novo coronavírus nos dois dias anteriores
"A maioria das pessoas permanece suscetível, o vírus ainda tem muito espaço para se movimentar", pontuou ele. "Todos nós queremos que isso acabe. Todos queremos continuar com nossas vidas. Mas a dura realidade é que isso nem está perto de acabar. Embora muitos países tenham feito algum progresso globalmente, a pandemia está realmente se acelerando".
Ele ainda criticou as alegações de algumas lideranças mundiais de que é muito difícil rastrear as pessoas infectadas pelo novo coronavírus, classificando tal afirmação como uma "desculpa esfarrapada".

OMS vai à China

O diretor-geral da OMS revelou também que a entidade enviará uma equipe à China na próxima semana para examinar as origens da pandemia do novo coronavírus.
"A OMS disse que conhecer a fonte do vírus é muito, muito importante. É ciência, é saúde pública. Podemos combater o vírus melhor quando soubermos tudo sobre o vírus, incluindo como começou. E enviaremos uma equipe na próxima semana à China para isso, e esperamos que isso leve a entender como o vírus começou e o que podemos fazer para o futuro se preparar", explicou Ghebreyesus.
Os Estados Unidos, o maior crítico da OMS e que indicou que vai deixar a agência das Nações Unidas, pediram uma investigação sobre a origem do novo coronavírus.
O presidente Donald Trump e o secretário de Estado Mike Pompeo disseram nas últimas semanas que pode ter se originado em um laboratório, embora não tenham apresentado evidências disso e a China negue veementemente. 

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