O presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Gustavo Montezano, participou nesta terça-feira (16) de videoconferência na comissão mista da Covid-19 e disse que a pandemia do novo coronavírus expõe a dificuldade do Brasil para garantir crédito a micros, pequenas e médias empresas.
Segundo a líder do Cidadania no Senado, Eliziane Gama (MA), vice-presidente da comissão, um ponto fundamental em relação à Covid-19 é exatamente a dificuldade para que o volume de recursos disponibilizados pelo banco ‘cheguem à ponta’ com a paralisação da economia.
“Temos sentido uma grande dificuldade pela rigidez das exigências que são apresentadas quanto às garantias reais e pessoais desses tomadores. Portanto, os pequenos e médios empresários acabam sofrendo muito com esse problema”, disse a senadora.
Montezano afirmou que os empréstimos cresceram 2% em dois meses, mas reconheceu que o crédito não chega a algumas empresas e que a pandemia deixou mais “latente” o problema da restrição de crédito.
A líder do Cidadania questionou Montezano sobre a perspectiva do programa (MP 975/2020) que dá aporte de R$ 20 bilhões do Fundo Garantidor para Investimento ao médio e pequeno empresário; de qual é a visão social do BNDES na pandemia; e de programas do banco para jovens produtores de sistemas agroecológicos, povos e comunidades tradicionais.
Em resposta à senadora, o presidente do BNDES disse que sobre a visão social o banco fez o lançamento de uma campanha chamada ‘Salvando Vidas’. Segundo ele, ‘é uma campanha que opera no conceito de matchfunding, ou seja, para cada R$ 1 captado de terceiros o BNDES coloca mais R$ 1’.
A gente disponibilizou R$ 50 milhões do próprio BNDES para isso, ou seja, a campanha pode ter um potencial de chegar a até R$ 100 milhões. E esses recursos serão 100% revertidos em EPIs [Equipamentos de Proteção Individual] para as santas-casas ao redor do Brasil”, explicou.
Já sobre a atuação do banco mais próxima das comunidades citadas pela parlamentar, Montezano disse que via muito potencial do BNDES, ‘apesar de o banco não ter capilaridade’.
“O banco vai ser um formulador de políticas, um desenhador de projetos. Aí há que haver bancos parceiros ou outras entidades que consigam pegar aquela tecnologia e aplicar na ponta”, respondeu.
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