Do total de espécies investigadas, 1.173 são enquadradas em algum nível de risco de extinção (vulnerável, em perigo ou criticamente em perigo). E a agropecuária é fator de pressão sobre quase 600, liderando como a principal ameaça. Na sequência, para os animais terrestres, vem a destruição de ecossistemas causada pela expansão urbana e por ações relacionadas à geração e à transmissão de energia - esta especialmente importante na Amazônia por causa das hidrelétricas. Para as espécies marinhas, a quase totalidade dos animais em risco sofre com a pesca desordenada.
Extinção zero
O diagnóstico foi apresentado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) durante a 13.ª Conferência de Biodiversidade da ONU, que é realizada em Cancún (México), como uma estratégia do País para o cumprimento de metas internacionais de combate à perda da biodiversidade. Uma delas prevê que se zere a extinção no mundo a partir de 2020.
Na prática, explica Claudio Maretti, do ICMBio, que apresentou o trabalho em Cancún, a partir daquele ano "nenhuma espécie pode piorar seu nível de risco de extinção". O ministro do Ambiente, Sarney Filho, que esteve na conferência no fim de semana passado, também lançou um compromisso de que 10% da espécies brasileiras listadas como ameaçadas melhorem seu status até 2020.
Segundo Maretti, daí vem a necessidade de análises amplas como as feitas pelo Livro Vermelho, que aponta, para cada uma das 1.173 espécies, o grau de perigo e a principal ameaça a ela. A lista de espécies propriamente dita já era conhecida há quase dois anos, mas é com o livro que são fornecidas as informações para balizar políticas públicas de conservação.
"É a avaliação que permite entender o que está acontecendo e quais espécies têm de ter restrição de uso e de captura ou que precisam de nova áreas protegidas", afirma Maretti. Ele destaca, por exemplo, a situação do caranguejo guaiamum (Cardisoma guanhumi).
"Ele está na lista como criticamente ameaçado e fomos checar a situação com as comunidades locais. Percebemos que a principal causa não era a captura excessiva, mas a perda de hábitat, a destruição do mangue provocada em parte pelas fazendas de camarão. Um processo extrativista controlado pode até ajudar a proteger a espécie e a repovoar esses locais. Então precisamos fazer essas adequações."
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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