Membros do Judiciário, Ministério Público e entidades de classe destacam a importância da audiência sobre a Previdência

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Membros do Judiciário, Ministério Público e entidades de classe destacam a importância da audiência sobre a Previdência
Membro do Poder Judiciário, do Ministério Público, advogados e representantes de entidades de classe avaliaram de forma positiva a audiência pública sobre a Reforma da Previdência, realizada nesta segunda-feira (10), no auditório Fernando Falcão, da Assembleia Legislativa do Maranhão.
O evento foi proposto pelo presidente Othelino Neto (PC do B), por meio de requerimentos dos deputados federais Bira do Pindaré (PSB-MA) e Juscelino Filho (DEM) e reuniu parlamentares e vários representantes de entidades civis organizadas. O presidente da Comissão Especial da Câmara Federal, que analisa a proposta de reforma da Previência, deputado federal Marcelo Ramos, também compareceu à audiência.
Presente ao evento, o presidente da Associação do Ministério Público do Estado do Maranhão (Ampem), Tarcisio José Sousa Bomfim, parabenizou a Assembleia Legislativa do Maranhão pela iniciativa e também os representantes da Câmara Federal que compareceram à audiência. Ele afirmou que a Previdência é importante porque é patrimônio da sociedade brasileira e que a reforma precisa atender aos anseios da população.
“A PEC visa alterar tanto o regime geral quanto o regime próprio de Previdência Social. Logo, há muito o que se discutir porque, nos últimos 24 anos, nós já tivemos seis reformas da Previdência. Então, quem garante que a PEC que foi proposta no início desse ano já não concretiza propostas e anseios da população brasileira que podem resolver o alegado déficit?”, disse Tarcísio.  
Ele explica que é necessário haver uma discussão profunda por todos os segmentos da sociedade  e, com isso, se houver realmente necessidade, promove-se uma reforma da Previdência que atenda aos anseios da sociedade.
O presidente da Associação dos Magistrados do Maranhão, Ângelo Santos, afirmou que a reforma é necessária, mas não nos termos em que ela está sendo colocada pelo governo federal. “Nós temos que enfrentar, principalmente, a questão da desconstitucionalização, ou seja, de tirar a previdência do texto constitucional. É um problema muito grande porque tira, inclusive, a importância do parlamento na amplitude dessa discussão e de outros temas que nós temos que enfrentar, como o Benefício Continuado, o trabalhador rural e as alíquotas excessivas. São pontos que merecem uma discussão ampliada e um ajuste”, acentuou Ângelo Santos.
O vice-presidente da Federação da Indústria (Fiema), Cláudio Azevedo, entende ser importante trazer para a população e para o Legislativo Estadual a discussão da Reforma da Previdência. Disse que é muito importante para o Brasil retomar os investimentos e o crescimento também.
“O Brasil está parado. No setor da indústria, por exemplo, nós tivemos nesses últimos três anos, o fechamento de quase 14 mil indústrias no Brasil. Muitas delas fechando por dificuldades financeiras. Muitas, também, transferindo-se para outros países, como o Chile, justamente pela carga tributária ser menor em outros países.  Assim, é muito importante que se faça a reforma da Previdência, pois o país já não aguenta mais a falta de dinheiro para tudo, saúde, estradas, educação, entre outros.  Faz-se necessária uma mobilização da classe política e dos empresários, no sentido de apoiar a reforma”.
AVALIAÇÕES
O jornalista Ed Wilson, representante da Associação Brasileira das Rádios Comunitárias no Maranhão, enfatizou que a reforma da Previdência vem sendo pautada pelos meios de comunicação convencionais como algo que vai retirar privilégios, que vai atacar os setores mais sofisticados da sociedade, quando, na verdade, a reforma é um projeto, não só no Brasil,  mas do sistema financeiro internacional.
“A reforma já aconteceu no Chile e está em pauta no Brasil, visando, fundamentalmente, atender aos interesses dos bancos. O objetivo é desmontar o sistema de seguridade social, que é mais complexo do que a Previdência. Então, dentro de uma lógica de privatizações do setor público, a proposta do governo visa privatizar o sistema público de Previdência, desmontar o INSS , desmontar o sistema de seguridade social  e entregar  a aposentadoria que tem um modelo solidário”, destacou Ed Wilson.
O presidente do Sindicato dos Bancários do Maranhão, Eloy Natan da Silva Nascimento, afirmou que eventos como a audiência realizada pela Assembleia são importantes porque a PEC, se aprovada, vai interferir na vida de milhares de pessoas.
“Eventos como esses precisam ser bem discutidos com a sociedade. É preciso, também, aproveitar esses espaços já que, em geral, a grande mídia passa apenas para um lado. Então, é muito importante audiência como essa, que apresenta outro viés dessa discussão. O Sindicato dos Bancários faz oposição à Reforma da Previdência e acreditamos que há outras formas de retomar o crescimento do país, que não seja atacando política pública tão importante como a Previdência. Mas, sim, buscando alternativas para a geração de empregos”, afirmou.

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