Este texto aborda informações encontradas na “surface” e documentos encontrados na “dark web”. Por surface, foi considerado informações localizadas em sites de notícias, revistas onlines, blogs independentes, ebook’s, entrevistas em vídeo, registros policiais reais, relatórios de contexto, fotos, documentos judiciais, informações de endereço, julgamentos civis e sites de contra-terrorismo. Por dark web, foi considerado os documentos encontrados em buscadores da deep web, uma zona da internet que garante privacidade e anonimato, formada por um conjunto de sites, fóruns e comunidades, que não é indexada ao Google, ou buscadores da surface. Existem informações que apontam para parcerias e interesses mútuos entre Julian Assange, Edward Snowden e Glenn Greenwald, três ativistas geo-políticos e mundialmente famosos.
Hack, ciberativismo, anarquia, comunismo, leninismo, terrorismo, nazismo, socialismo, globalismo, geo-política, start-ups, corporações, interesses nefastos e outros temas polêmicos definem a trajetória de vida dos famigerados “Hacker’s sociais”. Buscou-se traçar uma linha narrativa de acontecimentos paralelos e de níveis globais, para ilustrar os possíveis interesses e motivações do jornal The Intercept e seu fundador, Glenn, ao postar matérias jornalísticas de fontes duvidosas com informações privadas de diversas autoridades brasileiras. Para este fim, narra-se as sequências de acontecimentos das vidas de Julian Assange, Edward Snowden e Glenn Greenwald, respectivamente.
Quem é Julian Assange?
Julian é australiano e ficou mundialmente famoso por fundar, em 2006, na Islândia, oWikileaks, uma organização que divulga documentos confidenciais de governos e empresas. Estes arquivos são protegidos por uma criptografia exclusiva e que foi criada pelo próprio. Famigerado como um “hacker cypherpunk”, é especializado em criptografias, considerado inimigo do Estado em diversos países e apontado pelos Estados Unidos como um dos o hackers mais poderosos do mundo. Em 2013, os cinemas estrearam o longa ‘O Quinto Poder’, contando um pouco da história do Wikileaks. Em 2010, o governo da Suécia emitiu uma ordem de prisão através da INTERPOL, mas ele conseguiu asilo na embaixada Equatoriana, local em que ficou protegido até 11 de Abril de 2019. Nesta data, teve sua proteção removida, o que culminou na sua capturapela Scotland Yard. Em 2020, na Inglaterra, será julgado seu pedido de extradição para os Estados Unidos. Caso isso aconteça, ele poderá ser condenado a décadas de prisão. Sua nacionalidade Equatoriana também foi suspensa.
O ativista é acusado de espionagem pelo governo dos Estados Unidos. Atribuem ao australiano o protagonismo do maior vazamento de documentos da história. O documento de acusação contra Julian possui mais de 42 mil páginas. Para tal feito, o hacker quebrou o AES256, um sistema de criptografia americano visto como o mais seguro do planeta. O ativista publicou em seu site 77 mil documentos sobre a guerra do Afeganistão e 400 mil relatórios de incidentes sobre a guerra do Iraque, relatando casos de tortura encobertos pelos militares americanos. Em 2010, o Wikileaks fez uma mega operação e divulgou mais de 250 mil telegramas diplomáticos que revelavam detalhes da diplomacia americana. O soldado americano, Bradley Manning – transsexual que mudou de nome para Chelsea Manning – foi preso por ser a fonte do WikiLeaks e ter roubado os documentos.
Neste sentido, os promotores disseram que ele ajudou Manning a entrar no sistema sigiloso do governo dos EUA, conhecido como SIPRNET, de forma ilegal. No mesmo ano, chegou a ser nomeado para o prêmio Nobel Da Paz. Ainda em 2010, sofreu uma acusação de assédio sexual. Ação vista por muitos como uma possível “cortina de fumaça” da CIA para captura-lo. Em 2012, escreveu um livro intitulado: Cypherpunks – Liberdade e o futuro da internet. O livro é um compilado de ideias de rebeldes anarquistas que atuam na linha de frente da batalha em defesa do ciberespaço. O livro tem um prefácio exclusivo para sua edição na América Latina. Os cypherpunks defendem a utilização da criptografia e métodos similares como meios para provocar mudanças sociais e políticas. Julian lidera o movimento desde 1990. Declarou que “a internet é uma ameaça à civilização humana”.
Segue alguns trechos do prefácio de seu livro:
A América Latina pode ser vista como um paraíso para hackers se considerada sua vulnerabilidade em cibersegurança. Dessa forma, ao considerar a realidade política de 2010, cuja hegemonia petista influenciava todos os países latinos, o interesse de Julian para com o “sistema democrático latino” é despertado. Parece que ele encontrou espaços para criar uma base cypherpunk em solo latino americano. Julian é um defensor dos direitos do indivíduo, age pela autodenominada “ética hacker de Julian Assange” eorgulha-se por ser visto como inimigo de estado. Seu lema é: privacidade para os fracos e transparência para os poderosos. Veja abaixo declarações do próprio Julian, acerca dos seus atos:
Desde jovem, Julian foi incentivado a questionar as autoridades. Passou por 37 escolas antes de completar 17 anos de idade e ingressou em 4 universidades, mas não há informações públicas que indicam o término dos cursos. Por decisão de sua própria mãe, passou a estudar em casa através de cursos por correspondência. Aos 16 anos de idade ganhou o primeiro computador e começou a hackear sob o codinome ‘Mendax’. Com 18 anos de idade enfrentou sua primeira batalha judicial, em Melbourne, no qual foi acusado de cometer dezenas de cibercrimes.
A justiça alegou seu “instinto curioso” como motivador para reduzir a pena e condena-lo, apenas, a pagar uma multa. Com relação a Justiça Brasileira, Julian afirmou em janeiro de 2019, que o ex-presidente Michel Temer é um espião ‘bem-pago’ pelo governo Obama. Os mesmos documentos apontam que Roseana Sarney tem R$354 milhões nas Ilhas Cayman. A própria ONU saiu em defesa do Assange recentemente.
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