No ano passado, foram registrados 450 agrotóxicos — Foto: Agência Brasil.
No ano passado, foram registrados 450 agrotóxicos — Foto: Agência Brasil.
Número de produtos autorizados vem crescendo há 3 anos.
O Ministério da Agricultura formalizou nesta terça-feira (21) o
registro de mais 31 agrotóxicos. No ano todo, já são 169 produtos
autorizados.
O número de defensivos aprovados no Brasil vem crescendo
significativamente nos últimos três anos, fato que preocupa
ambientalistas e profissionais da saúde. Em 2015, foram 139.
Em 2018, 450.
O registro de um agrotóxico é feito pelo Ministério da Agricultura
(Mapa), que verifica a eficiência no combate a pragas e doenças
no campo. Mas o registro só é concedido quando o produto
também é autorizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(Anvisa), que avalia os riscos à saúde, e pelo Instituto Brasileiro do
Meio Ambiente (Ibama), que analisa os perigos ambientais. Sem o
aval dos três órgãos, ele não é liberado.
Segundo o Ministério da Agricultura, o aumento da velocidade dos
registros se deve a ganhos de eficiência possibilitados por "medidas desburocratizantes" implementadas nos três órgãos nos últimos
anos, em especial na Anvisa. A agência confirma esforços para
diminuir a fila de produtos em análise.
A lista dos 169 produtos não é homogênea. Ela contém desde um
novo princípio ativo (produto técnico) e suas "cópias" quando caem
as patentes (produto técnico equivalente) até o composto que
chega ao agricultor (produto formulado) e os "genéricos" desse
composto (produto formulado equivalente).
Em 2019, nenhum princípio ativo novo foi aprovado. O último
registrado foi o sulfoxaflor, no fim do ano passado. Ainda não foram
liberados produtos formulados à base dessa substância e, portanto,
ela ainda não chegou ao mercado para o agricultor. Esse princípio
ativo é associado à redução do número de abelhas em estudos
feitos fora do país.
Cópias de glifosato liberadas
Dos 31 agrotóxicos registrados nesta terça-feira, 29 são produtos
técnicos equivalentes, ou seja, reproduções de princípios ativos
já autorizados no Brasil. Três deles são do polêmico glifosato,
associado a um tipo de câncer em processos bilionários nos
Estados Unidos.
Os outros dois são produtos finais: Compass e Troia, à base de
ametrina e mancozebe, respectivamente. Essas substâncias já
estão presentes na composição de outros venenos.
Somados todos os atos publicados pelo Ministério da Agricultura
em 2019, o número de agrotóxicos autorizados chega a 197. I
sso acontece porque os registros de 28 produtos concedidos no
ano passado foram formalizados em janeiro deste ano.
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