Em artigo no NYT, Chris Hughes escreve que os "perigos do monopólio" ficaram evidentes nos escândalos recentes envolvendo a empresa.
Adicionar legendaCHRIS HUGHES, COFUNDADOR DO FACEBOOK (FOTO: RAMIN TALAIE/CORBIS VIA GETTY IMAGES). Chris Hughes, cofundador do Facebook, quer que a empresa seja dividida para a proteger os dados dos usuários e aumentar a concorrência no mercado.
Hughes defendeu essas ideias em um artigo publicado no jornal norte-americano, The New York Times. Segundo ele, os "perigos do monopólio" ficaram evidentes nos escândalos recentes do Facebook. A consultoria Cambridge Analytica coletou informações sobre os usuários da rede social por meio de testes de personalidade e ainda interferiu na campanha presidencial de 2016 dos Estados Unidos. Outro escândalo recente envolvendo o Facebook foi o armazenamento de milhões de senhas da rede social e do Instagram em arquivos de texto não seguros.
“Estou com raiva porque seu foco [de Zuckerberg] no crescimento o levou a sacrificar a segurança e a civilidade por cliques. Estou decepcionado comigo mesmo e com a equipe inicial do Facebook por não pensar mais em como o algoritmo do feedpode mudar nossa cultura, influenciar as eleições e fortalecer os líderes nacionalistas. E estou preocupado que Mark tenha se cercado de uma equipe que reforça suas crenças, em vez de desafiá-las ”, escreve Hughes.
Para ele, Zuckerberg controla muito poder, como CEO, presidente e acionista majoritário. Ele descreve este comportamento como "sem precedentes e não americano", além de “afastar o empreendedorismo e restringir a escolha do consumidor”.
Hughes defende que o governo americano quebre a empresa e, consequentemente, seu monopólio. Ideia apresentada por ele é que sejam separadas em diferentes empresas de capital aberto Facebook, Instagrame WhatsApp. Além disso, acredita que a empresa de Mark Zuckerbergdeve ser proibida de realizar novas aquisições.
Ele ainda alerta para que os legisladores façam essas mudanças rapidamente, já que o CEO do Facebook está desenvolvendo serviços de criptografia para tornar a empresa mais focada na privacidade.
O cofundador ainda pede que o governo crie uma agência independente para regulamentar todas as empresas de tecnologia. Segundo ele, as regras têm que ter como objetivo proteger os dados dos usuários. Em um artigo no NYT, Zuckerberg também defendeu que órgãos públicos dos Estados Unidos regulassem o Facebook.
Com essas mudanças, segundo Hughes, “os maiores vencedores seriam os americanos". "Imagine um mercado competitivo no qual eles poderiam escolher entre uma rede que oferecesse padrões de privacidade mais altos, outra que custasse uma taxa para participar, mas tivesse pouca publicidade, e outra que permitisse aos usuários personalizar e ajustar seus feeds da forma que quisessem”, escreve.
Junto a Zuckerberg, Hughes fundou a rede social no dormitório da Universidade de Harvard, em 2004. Hughes recebeu quase US$ 1 bilhão no IPO do Facebook em 2012.
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