Por Marco Aurélio D'Eça. Governador, no próximo ano, terá que esquecer desculpas e partir para a prática. Uma das missões será aproximar-se do Governo Federal sem interferir em suas convicções políticas.
2019 será um ano em que o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB) terá que recuperar terreno para tentar melhorar a imagem desgastada, até mesmo na visão de seu eleitorado, após os movimentos de fim de temporada no ano que se passou. Além do fantasma da cassação, cuja acusação deverá ganhar ainda mais força este ano, o comunista também precisará evitar novos escândalos envolvendo aliados e fugir da mais recente acusação contra o seu nome, revelado por documento do Tesouro Nacional, que aponta a possível prática de pedaladas fiscais pelo Governo com o uso de uma empresa fornecedora dos serviços de tornozeleiras eletrônicas.
Conforme revelado por ótimo levantamento de O Estado na edição do fim de semana, Dino – que chora nas redes sociais de forma constante devido à “falta de apoio” do Governo Federal – contou nos últimos anos com um aumento de 25% em seu caixa. Ou seja, são quase R$ 6 bilhões a mais para investir e consolidar o estado do Maranhão como uma economia pujante e autossuficiente. O que se viu, na prática, foi uma economia extremamente dependente de fontes externas e de elevação de alíquotas de impostos para aumentar a sua arrecadação.
Mais uma vez, após uma eleição que demonstrou ser desgastante, Dino – que não revelou durante a campanha eleitoral o drama financeiro que se encontrava o Estado – encaminhou para a Mesa Diretora da Assembleia Legislativa (AL) projeto de Lei que onerava os impostos em produtos considerados importantes, como combustíveis e refrigerantes. Sem qualquer pudor, os aliados do Governo manobraram na Casa Legislativa e aprovaram o chamado “pacote de maldades”, que estará posto em prática a partir de março deste ano.
A tendência é que em 2019, ano de preparo para a eleição municipal, Dino sinalize com quem irá para fazer o sucessor de Edivaldo Holanda Júnior no Palácio La Ravardière e, assim, permanecer governando “com segurança”. Ativo nas redes sociais, Dino também fomentará o discurso de que está “tudo controlado” e que as finanças somente não irão bem por culpa de Jair Bolsonaro (PSL). Vale lembrar que o presidente empossado convidou Dino e outros governadores, durante a transição, para uma reunião. O comunista, atrelado à própria empáfia, recusou o convite.
O ano será de desafios para Dino: como colocar o Maranhão em um estado de protagonismo sendo claramente de oposição ao Governo Federal? E como tirar o estado desta crise colocada pelo próprio governador?
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