O Brasil atingiu a sua pior colocação no Índice de Percepção da Corrupção (IPC), divulgado anualmente pela Transparência Internacional e que indica a percepção da sociedade sobre o tema em 180 países. Os dados foram divulgados na noite desta segunda-feira.
O Brasil ficou com 35 pontos, em uma escala de 0 a 100, o seu pior número desde 2012, quando a entidade mudou a sua metodologia e permitiu comparações. O país aparece na 105ª posição, ante os 37 pontos e a 96ª colocação no ano passado.
Com a mesma pontuação do Brasil aparecem nacos como Peru, Argélia, Armênia, Costa do Marfim, Egito, El Salvador, Timor Leste e Zâmbia. Dentro do grupo dos BRICS, o país só aparece à frente da Rússia, que somou 28 pontos, de acordo com a Transparência Internacional.
Tomando por base o cruzamento de até 13 fontes de dados que tratam das percepções de profissionais do mercado e de especialistas sobre o nível de corrupção no setor público, o IPC indica que, quanto mais próximo dos 100 pontos, menor a percepção de corrupção no país.
"Os esforços notáveis do país contra a corrupção podem estar em risco e não foram suficientes para chegar à raiz do problema. Não tivemos nos últimos anos qualquer esboço de resposta às causas estruturais da corrupção no país", diz a Transparência Internacional.
O resultado ruim no estudo acontece cinco anos após o início da Operação Lava Jato, tida como um divisor de águas no combate à corrupção no Brasil. A entidade diz que a operação "foi crucial para romper com o histórico de impunidade da corrupção no Brasil – principalmente de réus poderosos", porém questiona a falta de esforços da classe política para "reformas legais e institucionais que verdadeiramente alterem as condições que perpetuam a corrupção sistêmica".
Além disso, a percepção de que a corrupção não está melhorando no país foi agravada, segundo a Transparência Internacional, com a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e a série de denúncias contra o então presidente Michel Temer (MDB).
A entidade ainda defende o avanço de uma proposta intitulada "Novas Medidas de Combate à Corrupção", um pacote de 70 sugestões desenvolvidas junto com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), com 373 instituições e mais de 200 especialistas, que propõem uma novo regramento para melhorar a situação no país.
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