O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva evitou falar com a imprensa, ontem – após visita ao Hospital da Ilha, obra do Governo do Estado em São Luís -, sobre o destino do seu partido, o PT, da disputa pelas eleições de 2022 no Maranhão.
Buscam apoio da sigla dois dos principais pré-candidatos governador da base aliada ao governador Flávio Dino (PSB): o vice-governador, Carlos Brandão (PSDB), e o senador Weverton Rocha (PDT).
O tucano tem apostado na proximidade de Dino – que prefere sua candidatura – e Lula, e no apoio do comando estadual da legenda petista. Já o pedetista acredita que articulando-se por Brasília – e com o apoio de Zé Dirceu, por exemplo -, conseguirá melhor êxito.
O ex-presidente, no entanto, deve tratar do assunto nesta sexta-feira, 20, em coletiva de imprensa marcada para as 12h.
Ataques – Em seu discurso após passagem pelo canteiro de obras da nova unidade hospitalar da capital, Lula exaltou a campanha de vacinação contra a Covid-19 comandada pelo governador Flávio Dino, elogiou prefeitos e os demais governadores do Nordeste, e fez duros ataques ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido), mesmo sem citá-lo.
“A cena que nós vimos aqui, hoje, de três trabalhadores tomando vacina, é uma coisa que, se tivesse sido feita com responsabilidade e com cuidado, certamente a gente teria, hoje, no Brasil, menos da metade das mortes que nós tivemos [por Cocid-19]”, disse, referindo-se à aplicação de segunda dose em trabalhadores da construção civil maranhense. Três deles foram imunizados no palanque montado para o evento de ontem.
Para o ex-presidente, os governadores do Nordeste fizeram certo em “brigar contra um governo central que cometeu o erro clássico de não acreditar nas coisas”.
“Graças a Deus, a gente teve um consórcio de governadores do Nordeste brasileiro que resolveram brigar. Brigar contra um governo central que cometeu o erro clássico de não acreditar nas coisas. Ele não acreditou na Ciência, desrespeitou todos os princípios básicos de um chefe de estado, afirmou.
Segundo ele, Bolsonaro deveria ter ouvido especialistas no inicio da pandemia, o que, na sua opinião, teria evitado mortes.
“Ele [Jair Bolsonaro] poderia ter ouvido os cientistas brasileiros, ter ouvido os médicos brasileiros, ter ouvido os pesquisadores brasileiros, ter ouvido os governadores brasileiros, ter ouvido os secretários de Saúde de cada estado, criado um protocolo, comprado as vacinas no tempo correto, e, certamente, a gente não estaria chorando, hoje, quase 600 mil mortes no Brasil”, completou.
E emendou, atribuindo irresponsabilidade do governo federal na condução do combate ao novo coronavírus.
“Os governadores estão brigando para fazer aquilo que deveria ser feito pelo governo central. Então, a gente tem que dar uma resposta, se o governo brasileiro não tem responsabilidade para cuidar de uma pandemia como essa, uma pandemia que, em poucos meses, condenou todos os povos do mundo, ninguém conseguiu escapar. Portanto, eu acho que o que vocês estão fazendo aqui é dando uma lição de moral no governo federal, no ministro da Saúde, dizendo: ‘Olha, nós estamos fazendo a nossa parte, façam a parte de vocês. Parem de mentir, parem de receitar remédio que não cura o Covid [sic], parem de mostrar a cara sem máscara. Sejam responsáveis, porque o povo brasileiro gosta do povo brasileiro”
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