Quais os cuidados e o que devemos saber com a chegada do coronavírus ao Brasi?

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Voluntários desinfectam estação ferroviária em meio a surto do novo coronavírus, em Changsha, província de Hunan, China, 4 de fevereiro de 2020


Desde dezembro de 2019, a COVID-19, originada pelo novo coronavírus, espalhou-se rapidamente e, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), mais de 80 mil casos foram confirmados e aproximadamente 2,7 mil pessoas morreram. Nesta quarta-feira (26), o Brasil confirmou o primeiro resultado positivo para o coronavírus.
A Sputnik explica quais as futuras perspectivas e o caminho a seguir para conter a epidemia que já atingiu mais de 40 países pelo mundo.
O coronavírus é um vírus mutante como todo vírus, portanto não é novo. Nova é sua atual cepa, conforme o diretor e infectologista do Centro de Pesquisa Estatal de Virologia e Biotecnologia de Moscou, Georgy Vikulov.
Vikulov também ressaltou à Sputnik Brasil que dentre os cerca de 2% dos infectados que morreram havia pessoas entre 50 e 80 anos de idade que apresentavam algum tipo de doença prévia.
A nova estirpe de coronavírus foi detectada na cidade de Wuhan, capital da província central chinesa de Hubei. A doença pode ser transmitida de pessoa para pessoa e é contagiosa sem sintomas durante a fase de incubação, que dura até 14 dias. No dia 30 de janeiro, a OMS declarou emergência internacional frente à propagação do novo coronavírus.

Avanço do coronavírus pelo mundo

Até agora, já foram confirmados mais de 80 mil casos em mais de 40 países e territórios. Por sua vez, a China concentra grande parte dos casos, chegando aos 96,8%, seguida pela Coreia do Sul, que já diagnosticou 763 casos confirmados, e pela Itália, que soma mais de 200 casos.
O coronavírus já chegou a cinco continentes e nesta quarta-feira (26) vários países, incluindo Brasil, Grécia, Geórgia, Macedônia do Norte, Noruega, Romênia e Paquistão, confirmaram os primeiros casos.
Na Ásia, os países que possuem os maiores números de casos confirmados (além da própria China) são Coreia do Sul, Japão e Singapura. Na Europa lideram a Itália, Alemanha, Reino Unido e França. Já no Oriente Médio, o Irã e os Emirados Árabes possuem o maior número. Na América do Norte a lista conta com os EUA e Canadá.
Na América do Sul, o Brasil registrou o primeiro resultado positivo confirmado para o coronavírus nesta quarta-feira. De acordo com o Ministério da Saúde, o paciente é um homem de 61 anos, residente de São Paulo, que viajou à Itália, região da Lombardia, no período de 9 a 21 de fevereiro.
Além do paciente infectado, o Brasil possui outras 20 suspeitas, enquanto que 59 casos foram descartados.

Pandemia, epidemia ou endemia?

Para a OMS, a situação ainda não deve ser tratada de uma pandemia, entretanto, está próxima de se tornar uma.
A pandemia é a disseminação mundial de uma nova doença infecciosa como, por exemplo, o surto da gripe H1N1, de 2009, que foi classificado como pandemia, segundo a OMS.
"Utilizar a palavra pandemia de maneira descuidada não traz benefícios tangíveis, mas sim um risco significativo em termos de amplificação do medo e estigma desnecessários e injustificados, além de paralisar os sistemas. Além de indicar que não podemos mais conter o vírus, o que não é verdade", afirmou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.
A epidemia é caracterizada pelo aumento repentino da quantidade de casos de doença infecciosa em uma grande quantidade de pessoas em um grande território e um curto período de tempo.
Enquanto que a endemia é caracterizada por enfermidades que afetam um determinado país ou região em um período de tempo habitual, sendo comuns devido a fatores culturais, genéticos e tradicionais. Entretanto, a quantidade de pessoas contaminadas não aumenta drasticamente.
No momento, o coronavírus segue sendo uma epidemia, porém, a OMS o qualificou como potencialmente pandêmico.
O infectologista Georgy Vikulov acredita que "a mortalidade do cornoavírus será controlada e deve manter um percentual, entretanto, por ser um vírus altamente contagioso, o número de contaminados pode facilmente ser elevado".

Comparação entre COVID-19, Sars, Ebola, Mers e H1N1

Por ser uma mutação nova, ainda se sabe pouco sobre o COVID-19, mas por enquanto em termos de porcentagem é mais letal do que o H1N1 (gripe suína), que causou uma epidemia em 2009, mas menos letal que o Sars e Mers.
Comparando a taxa de mortalidade do COVID-19, que hoje é de 2,3%, com alguns outros vírus e infecções, os estudos globais indicam que o coronavírus é menos grave, mas ainda pode causar mais mortes em números absolutos se se espalhar.
A taxa de mortalidade durante a pandemia de gripe suína em 2009-2010 era cerca de 0,02% (ou 0,08% se tomarmos em conta a estimativa mais alta de vítimas), o que é uma porcentagem relativamente baixa, mas em números absolutos o total de mortalidade é estimado entre 151.700 e 575.400 pessoas, tendo em conta que uma em cada cinco pessoas era infetada durante a pandemia, o que prova alta contagiosidade do vírus. A mortalidade de COVID-19 é mais alta, mas tal capacidade de expansão é duvidosa...

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