Igreja Ministério Verbo Vivo, em São Joaquim de Bicas, a 46 quilômetros da capital mineira Belo Horizonte é investigada pelo Ministério Público. Os "fiéis" estariam enviando jovens à Carolina do Norte para trabalharem em regime análogo à de escravidão. A Sputnik Brasil conversou com um deputado que acompanha o caso.
Quem viaja os 45 minutos que separam a capital de Minas Gerais, Belo Horizonte, em direção a São Joaquim de Bicas espera encontrar a tranquilidade típica de uma cidadezinha do interior. Mas por trás da suposta calmaria, fica a Igreja Ministério Verbo Vivo que agora está sendo investigada pelo Ministério Público do estado.
O motivo choca: os evangélicos mantenedores da instituição são acusados de maus-tratos e de enviar jovens que estudavam em uma escola da igreja para trabalharem em regime análogo à escravidão na Carolina do Norte, nos Estados Unidos. As denúncias datam de 2009, mas voltaram ao centro da polêmica com uma reportagem da agência de notícias Associated Press.
O motivo choca: os evangélicos mantenedores da instituição são acusados de maus-tratos e de enviar jovens que estudavam em uma escola da igreja para trabalharem em regime análogo à escravidão na Carolina do Norte, nos Estados Unidos. As denúncias datam de 2009, mas voltaram ao centro da polêmica com uma reportagem da agência de notícias Associated Press.
A Verbo Vivo está na cidade desde 2005. Presta serviço educacional a cerca de 15 jovens ao custo de R$700 mensais. A primeira denúncia, há oito anos, veio de um pai que alegou a polícia que a igreja estava tentando "retirar a filha". Três anos depois, em 2012, teria sido denunciada ao Conselho Tutelar por supostamente espancar os alunos para "retirar o demônio de seus corpos".
A Sputnik Brasil conversou com exclusividade com o líder do Governo e integrante da Comissão de Direitos Humanos na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, deputado estadual Durval Ângelo. Segundo o Parlamentar, pais de crianças e adolescentes que estudaram na escola já tinham procurado a Comissão para denunciar alienação parental, ou seja, a igreja proibia contato com os filhos. Em alguns relatos descreviam que os jovens enviados aos Estados Unidos tinham medo de entrar em contato com os parentes e sofrer represálias.
"Há verdadeiros relatos de horror, alunos descrevendo castigos físicos com uso de varas e palmatórias, além de proibições das mais absurdas do ponto de vista didáticos", conta Durval. "Uma aluna ouvida pelo Ministério Público e pela Polícia Civil relatava torturas físicas e psicológicas. Crianças de 9, 10 anos eram forçados a contar seus sonhos libidinosos e agredidos para expulsar demônios".
Durval conta ainda que ficou impressionado como "o nome de Deus era usado para tantas barbaridades". O caso à época foi remetido à Procuradoria do Estado e ao MP, que, segundo o deputado, "se omitiram totalmente" de encaminhar a denúncia. A questão também foi enviado ao Itamaraty e à Polícia Federal, que até agora não se pronunciaram.
Ainda de acordo com o deputado, existem pais que estão há 8 anos sem contato com os filhos. Outros sequer sabem se os filhos estão vivos. A Comissão vai continuar acompanhando o assunto.
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