Inteligência dos EUA diz que Sputnik, RT e 'trolls' russos intervieram nas eleições

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A redação da agência internacional Sputnik

A inteligência norte-americana dedicou quase metade do seu relatório sobre a “intervenção russa” nas presidenciais, publicado nesta sexta-feira (6), à agência Sputnik e ao canal de TV Russia Today.

  O anexo intitulado "A televisão do Kremlin está tentando influir na política e inflar descontentamento nos EUA" abrange 6 das 14 páginas do relatório da inteligência norte-americana. "A máquina russa de propaganda, representada por um conjunto de mídia local focada no público global, tal como o RT e a Sputnik, e uma rede de trolls pseudo-governamentais contribuíram para campanha de intervenção [nas eleições]", diz-se no relatório. A maior parcela se refere ao canal de TV Russia Today, mas também é mencionada a agência Sputnik. Quanto ao RT, na opinião dos autores, ele "realiza comunicações estratégicas para o governo russo". "O RT e a Sputnik, meios de comunicação financiados pelo governo que produzem conteúdo on-line pró-Kremlin em vários idiomas mundiais para público internacional, representaram com frequência o presidente eleito, Donald Trump, como um alvo de cobertura injusta na mídia tradicional dos EUA, que, segundo afirmam eles [RT e Sputnik], servia ao establishment político corrupto", frisa-se no documento. Os autores do relatório declaram que "a crítica do RT em relação às eleições nos EUA foi mais um aspecto da campanha antiamericana de longa data e de larga escala que, provavelmente, visa minar a confiança dos espectadores nos procedimentos democráticos norte-americanos e ocultar a crítica norte-americana quanto ao sistema político russo". Uma grande parte do relatório se refere à editora-chefe do RT e da Sputnik, Margarita Simonyan, e às declarações feitas por ela, repletas de ilustrações, inclusive uma charge onde a jornalista passa por cima da Casa Branca. Crime cibernético de hackers Pixabay Relatório da Inteligência dos EUA: Rússia teve acesso aos comitês eleitorais americanos Os serviços secretos descreveram de modo detalhado uma série de programas do RT a partir de 2012, inclusive nas temáticas quanto aos assuntos sírios, espionagem maciça contra cidadãos norte-americanos e extração de petróleo por fraturamento hidráulico. "A chefia do RT reconheceu abertamente que sua missão é ampliar seu público nos EUA, repassando-o as mensagens do Kremlin", diz a inteligência norte-americana. A influência do RT nas redes sociais recebeu um lugar de destaque no relatório. Segundo os dados do documento, o RT é mais visualizado no YouTube quando comparado a outros canais internacionais, tais como Al Jazeera English, BBC World e CNN. Cerca de 900 milhões, já os outros: 300, 700 e 100 milhões, respectivamente. Além disso, enquanto o RT possui 450 milhões de seguidores nas redes sociais, o Al Jazeera English tem 300 milhões, o BBC possui 425 milhões e o CNN — 125 milhões. Todo o relatório da inteligência norte-americana baseia-se em acusações contra a Rússia sobre a sua intervenção nas eleições norte-americanas, alegadamente, através de hackers e da mídia. O diretor da Inteligência Nacional dos EUA, James Clapper, afirmou que está "profundamente preocupado" com a atividade do canal de TV russo Russia Today. Em resposta, a editora-chefe do RT, Margarita Simonyan, declarou que "o canal simplesmente fala sobre o que está acontecendo no país dele".

 


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