Investigação contra PMs femininas que se mostraram na plataforma Tik Tok, além de intolerante, expõe o sexismo ainda predominante nos meios militares, historicamente impregnados pelo machismo que se impõe a partir das Forças Armadas.
Editorial
Um aspecto do sexismo reinante em alguns meios sociais, culturais e profissionais maranhenses foi exposto, mais uma vez, esta semana, quando o comando da Polícia Militar resolveu investigar sete PMs do grupamento feminino que viralizaram na rede social Tik Tok.
As moças militares responderam a um desafio da rede, mostrando-se fardadas e, logo em seguida, de roupas civis, como mulheres que são antes de ser policiais militares.
Não ficou claro o motivo que levou a PMMA a abrir sindicância contra a sete mulheres, mas, independentemente de razão, salta aos olhos, sim, a intolerância e o sexismo que impera nos meios militares desde sempre.
Até porque PMs do sexo masculino também já apareceram em ação parecida no Tik Tok. E não se tem notícia de qualquer tipo de investigação contra eles.
Ao contrário do que viu os machistas superiores das militares, a ação delas humanizou a atividade policial, mostrando-as como cidadãs-iguais – até uma forma de tirar do cidadão comum o medo que tem dos homens fardados que estão nas ruas achando-se superiores.
Mas o machismo e o sexismo imperam não apenas na PMMA.
São características intrínsecas das forças armadas, por mais avanços que se possa reconhecer neste meio nos últimos 50 anos.
Um exemplo: a Academia Militar de Agulhas Negras (AMAN), instituição do Exército que forma oficiais combatentes há 228 anos, só agora, em 2018, recebeu a primeira turma, de apenas 34 cadetes femininas num total de 400 alunos. (Saiba mais aqui)
Na própria PM maranhense é reduzidíssimo o número de oficiais superiores.
E nunca uma mulher comandou a corporação em seus 184 anos.
Mas os oficiais masculinos – que dominam os órgãos de controle da polícia maranhense – preferem exortar as mulheres na exposição de sua beleza.
Como verdadeiros machos da Idade Média…
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