Os secretários do governo do Maranhão passaram a receber ligações de um suposto agente da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) desde que a operação para trazer respiradores da China pela Etiópia foi revelada pelo Painel. Identificando-se como Mauro, ele solicitou aos secretários mais detalhes sobre como havia sido feita a importação.
A operação envolveu o envio dos respiradores para a Etiópia, para escapar dos radares dos Estados Unidos e Europa, e o fretamento de um avião de Guarulhos para São Luís. Segundo os envolvidos, o desembaraço na Receita foi feito no Maranhão, e não em São Paulo, para evitar o risco de que os equipamentos fossem retidos.
Mauro disse ao Painel que é, sim, agente da Abin, mas pediu que mais detalhes fossem pedidos à própria agência. Procurada, ela respondeu em nota que não tem “qualquer informação sobre essas supostas ligações”.
Nesta segunda (20), a Receita Federal afirmou que a operação foi ilegal e que processará os responsáveis. Flávio Dino, governador do Maranhão, lamentou a iniciativa do governo Jair Bolsonaro, e disse que continuará pensando em estratégias para cuidar da população de seu estado durante a pandemia do novo coronavírus. A informação é do Painel da Folha de São Paulo.
Nesta segunda, Jair Bolsonaro mandou a Receita Federal investigar a importação dos aparelhos feita por Flávio Dino, que traçou uma logística, envolvendo 30 pessoas, para evitar que o lote fosse desviado ou vendido aos Estados Unidos ou confiscado pelo governo federal – como já havia acontecido outras vezes.
A Receita afirma em nota que a remoção dos respiradores foi “realizada sem o prévio licenciamento da Anvisa e sem autorização da Inspetoria Receita Federal em São Luís, órgão legalmente responsável por fiscalizar a importação das mercadorias”. Por isso, prossegue a nota “a Infraero registrou boletim de ocorrência na quarta-feira (15)”.
Dino usou o Twitter na tarde desta segunda-feira (20) para rebater a investida de Jair Bolsonaro.
“Maranhão não praticou nenhuma ilegalidade na compra de respiradores. Mercadorias são legais, existem, estão salvando vidas. A Receita pode abrir o procedimento que quiser e atenderemos às suas exigências. Só não aceitamos ameaças nem perseguições sem sentido. Mais um dado curioso dessa ação espalhafatosa da Receita sobre os respiradores para os doentes do Maranhão: a alíquota do imposto de importação é ZERO. Ou seja, muito barulho por nada, literalmente”
Com informações do blog do John Cutrim.
Com informações do blog do John Cutrim.
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