Jornalismo no Brasil: além do perigo de vida, aumenta agressão por motivos políticos

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Após passeata pela avenida Rio Branco, os manifestantes se reuniram na Cinelândia, centro do Rio, 30 de maio

Jornalistas apontam para crescimento do número de agressões por motivos políticos nos últimos anos.


Entre os 38 jornalistas assassinados em todo o mundo no primeiro semestre deste ano, 2 são brasileiros. Assim o Brasil é o número 4 no ranking dos países mais perigosos para o exercício desta profissão na primeira metade de 2019.
O que leva à insegurança da vida dos profissionais do jornalismo no Brasil?
Sputnik Brasil conversou sobre o tema com Maria José Braga, presidente da Fenaj – Federação Nacional dos Jornalistas - que relatou existir de fato uma preocupação.
Apesar do Brasil viver uma situação de normalidade, um grande número de jornalistas é morto mesmo assim, explicou a sindicalista. Além disso, os profissionais da área de comunicações sofre constantes ameaças durante o exercício da profissão.
Se, por um lado, as mortes ocorrem mais no interior, as agressões físicas ocorrem mais em centros urbanos, em casos de manifestações públicas e aglomerações de pessoas. Por outro lado, o aumento de atividades nas redes sociais também traz problemas.
"Temos também casos muito frequentes de agressões verbais, intimidações e ameaças nas redes sociais. Estas estão muito associadas à posições político-partidárias", explicou a especialista.
Para mitigar os efeitos dos riscos, as entidades sindicais de jornalistas defendem a aprovação de um projeto de lei, que tramita no Congresso, para a "federalização das investigações de crimes contra jornalistas".
Segundo ela, "um dos motivos da violência é a impunidade e a falta de identificação dos responsáveis".
Além disso, é importante orientar as forças de segurança para agir de forma a proteger os jornalistas em caso de manifestações.
"O jornalista não deveria ser o alvo", concluiu.
A diretora do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro, Carmen Pereira, concordou com sua colega e acrescentou à Sputnik Brasil que a violência contra os jornalistas é "uma pauta permanente".
Apesar dos dados de 2019 ainda não terem sido compilados, Carmen disse acreditar "que a questão política é uma motivação permanente da violência contra os jornalistas".
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Para ele também é necessário insistir em propostas de políticas públicas para controlar essa violência.
"Na medida que você está atacando um jornalista, você está atacando a liberdade de expressão de toda a sociedade e a própria democracia fica fragilizada com essas agressões", concluiu.

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