Sob o manto do tradicionalismo, lideranças de gerações passadas ainda filiadas ao partido tentam se contrapor às ações do deputado estadual Roberto Costa, alinhado aos novos pensamentos impostos ao Maranhão a partir de 2014.
Ensaio
Uma guerra conceitual de bastidores tem sacudido o MDB maranhense desde que o deputado estadual Roberto Costa ascendeu aos postos de poder no partido.
De um lado está a velha guarda, formada por políticos tradicionais que alcançaram o poder nos últimos 50 anos – dentro da forma mais antiga de fazer política – e que agora veem nas eleições de 2022 uma oportunidade de voltar ao poder.
No outro, o próprio Costa e algumas outras lideranças locais e nacionais, antenados aos novos tempos, mais progressistas, em que jovens dão as cartas no jogo de poder.
A partir deste conceito, Roberto Costa – sempre em alinhamento com a ex-governadora Roseana Sarney – tenta modernizar a ideologia emedebista, assim como já fizeram DEM, PP, PSB, PDT, PSL, PSD, PRB, Cidadania, Podemos, PTB e outras legendas hoje sob controle de jovens políticos em ascensão.
O deputado estadual tenta se igualar a nomes como Juscelino Filho (DEM), Pedro Lucas Fernandes (PSL), Edilázio Júnior (PSD), Eduardo Braide (Podemos), Neto Evangelista (DEM), Weverton Rocha (PDT), Luciano Leitoa (PSB), Othelino Neto (PCdoB), André Fufuca (PP), Erlânio Xavier (PDT) e outros jovens hoje no comando dos partidos e em diálogo franco com o governador Flávio Dino (PCdoB).
O próprio Flávio Dino é fruto desta mudança de pensamento político, e vem comandando a transição no estado a partir de 2014, ampliando os espaços para novos atores, em São Luís e no interior.
Mas a chamada velha guarda emedebista, antes sem espaço de interlocução com o governo comunista, agora vê na chegada do ex-governador José Reinaldo Tavares – e na proximidade da posse de Carlos Brandão (PSDB) – uma chance de se reaproximar do Palácio dos Leões.
Gente como os ex-senadores João Alberto e Edison Lobão, o deputado federal Hildo Rocha, os estaduais Arnaldo Melo e Socorro Waquim, têm, por causa desta relação com Tavares, mais afinidade com Carlos Brandão do que com o senador Weverton Rocha (PDT), até pela origem do vice-governador, no antigo grupo Sarney.
É com essa dicotomia interna entre o novo e o tradicional, que o maior partido do país vai tentando sobreviver aos novos tempos no Maranhão.
E naturalmente, esse choque de gerações não se dá sem dor, com fortes reflexos nos processos eleitorais dos quais o MDB tem participado.
Mas toda mudança só se processa com dor…
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