No próximo dia 9, os povos libertários completam 50 anos sem a figura física de Ernesto Che Guevara. A data representa sobretudo a incansável luta de Che contra o imperialismo e por justiça social.“Si usted es capaz de temblar de indignación cada vez que se comete una injusticia en el mundo, somos compañeros”
Ernesto “Che” Guevara é um dos rostos mais conhecidos e mais reproduzidos do mundo. O jovem argentino da cidade de Rosário partiu de sua pátria em 1951 aos 23 anos pouco antes de se formar em Medicina e partiu por uma viagem pela América Latina, da Argentina à Venezuela. Partia para uma missão sem volta no despertar de seu espírito revolucionário.
De espírito crítico e conhecedor da realidade da região, seu legado internacionalista, na luta contra o imperialismo e pela libertação dos povos – sobretudo daqueles do Sul global –, é lembrado e exaltado por aquelas e aqueles que, assim como Che, acreditam e defendem a justiça social para os povos.
Não foi em vão que Che Guevara foi considerado até mesmo pela revista Time uma das cem personalidades mais importantes do século XX. Che, como foi apelidado pelos cubanos por ser argentino, tem grande influência no pensamento político socialista e libertário da região como poucos. Sua principal obra, sem dúvida, foi ao lado de Fidel Castro e representa a grandiosidade de seu pensamento: a Revolução Cubana. Juntos, lideraram o movimento que deu fim ao governo ditatorial de Fulgêncio Batista na ilha caribenha e reorganizaram o Estado, tendo desempenhado funções de grande importância no governo de Fidel Castro como ministro, presidente do Banco Nacional e cabeça na área econômica do projeto ali estabelecido.
Quando pensou já ter cumprido ali sua missão, em outubro de 1965 marcha para outros países para ajudar na construção dos sonhos de liberdade de outros povos, porque homens como ele tem na alma um profundo sentimento humanista e internacionalista. Em sua carta a Fidel, Che se despede de Fidel e do Partido, imortalizando a frase “Hasta la victoria, siempre”.
Che se foi fisicamente há 50 anos. Foi capturado em 9 de outubro de 1967 e executado no dia seguinte pelo exército boliviano com apoio da CIA. Suas mãos foram arrancadas e enviadas a Cuba para que fosse identificada sua morte. Um idealizador, guerrilheiro heróico e incansável se foi; mas deixou conosco seu pensamento como seu legado mais valioso. Fernando Birri, cineasta argentino, fez uso da figura de Che para falar sobre utopias em seu 30º aniversário de desaparição. Por certo, vinte anos depois, Che continua sendo uma das fontes que nutre a utopia como defende Birri: “a utopia serve para caminhar”. Caminhemos, seguiremos em luta pela transformação social para nossos povos nutridos por seu legado ético, ideológico e internacionalista. Como dizia: “podem morrer as pessoas, mas jamais suas ideias”.
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