O Superior Tribunal de Justiça marcou apenas para o fim de fevereiro a sessão na qual será eleita a lista tríplice para as duas vagas de ministro na corte, mas um dos 16 candidatos desponta como favoritíssimo para ocupar uma das cadeiras deixadas pelos magistrados Napoleão Nunes Maia Filho e Nefi Cordeiro.
Trata-se do desembargador maranhense Ney Bello (foto), do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, o TRF-1. Além do apoio do ministro do STF Gilmar Mendes, de quem é amigo, o magistrado ficou bem cotado no Planalto depois de proferir uma decisão que agradou ao círculo presidencial.
Bello foi o relator da decisão que anulou no início do ano o relatório de inteligência financeira do Coaf que apontava movimentações atípicas nas contas de Frederick Wassef, advogado do presidente Jair Bolsonaro e de dois de seus filhos, o senador Flávio Bolsonaro e o 04 Jair Renan. No fim do ano, Gilmar conduziu decisão semelhante, em favor de Flávio, na Segunda Turma do STF.
Além de trancar o inquérito que investigava Wassef pelo recebimento de 9,8 milhões de reais da JBS, revelado por Crusoé, o desembargador, junto com outros dois colegas da Terceira Turma, determinou que a Polícia Federal investigasse o “aparato do Coaf” que produziu o relatório sobre Wassef.
Ney Bello já foi assessor de Gilmar Mendes no STF e é professor da faculdade do ministro em Brasília. Em novembro, o desembargador foi um dos palestrantes do fórum jurídico organizado pelo decano do Supremo em Lisboa, que reuniu magistrados e dezenas de políticos investigados por corrupção.
Ney Bello é politicamente articulado e tem o respaldo do centrão, o que o aproxima de Bolsonaro. Ele também é próximo do governador do Maranhão, o ex-juiz Flavio Dino (PSB).
No mês passado, os cinco Tribunais Regionais Federais encaminharam ao STJ suas listas com 16 desembargadores que se candidataram às duas vagas. Em fevereiro, os ministros escolheram os três nomes que vão compor a lista tríplice a ser entregue a Jair Bolsonaro. Após a escolha do presidente, as indicações precisam ser aprovadas pelo Senado, no mesmo ritual da escolha de um ministro do STF.
Com informações da Crusoé
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