A "Advertência dos Cientistas à Humanidade: Segundo Aviso", assinada por 15.372 cientistas de 184 países e publicada nesta segunda-feira (13) na revista BioScience é um verdadeiro sinal de alarme para a humanidade.
O desmatamento, a perda de acesso à água doce, a extinção de espécies e o crescimento da população humana são as principais causas da situação preocupante em que a humanidade se encontra.
"Desde 1992, as emissões de CO2 subiram 62% e a temperatura global aumentou 29%, enquanto a diversidade da fauna de vertebrados caiu 29%", disse William Ripple, um ecologista da Universidade do Estado do Oregon, EUA, e coautor do artigo.
Nos últimos 25 anos foi registrada uma redução de 26% de água doce disponível por pessoa, um aumento de 75% das zonas mortas nos oceanos e uma perda de 120 milhões de hectares de áreas florestais. "Essas são tendências alarmantes. Precisamos dos meios proporcionados pela natureza para a nossa própria sobrevivência", disse ele.
Ao mesmo tempo, foi revelada uma tendência positiva na recuperação da camada de ozono, graças ao protocolo de Montreal, assinado nas Nações Unidas em 1987.
O artigo recentemente divulgado atualiza a primeira Advertência dos Cientistas à Humanidade, publicada em 1992, há 25 anos. "Fizemos a atualização porque queríamos que o público soubesse onde nos encontramos hoje", afirmou Ripple.
A mudança climática está aqui, é perigosa e tem tendência a piorar", disse o cientista sueco Johan Rockstrom. Estima-se que as emissões de CO2 nos EUA aumentem 2,2% em 2018. As emissões da China e da Índia também continuam crescendo, embora a um ritmo mais lento que alguns anos atrás.
"Em breve será tarde demais para mudar o rumo da nossa trajetória descendente. O tempo está se esgotando. Devemos reconhecer em nossa vida cotidiana e em nossas instituições de governo que a Terra é o nosso único lar", lê-se no artigo.
O artigo enumera uma série de medidas possíveis para travar as tendências ambientais preocupantes, incluindo a criação de mais parques e reservas naturais, a contenção do tráfico ilegal de animais. Devemos também fazer uma alimentação baseada em vegetais, ampliar programas de planejamento familiar e educação para mulheres, bem como adotar energias renováveis e outras tecnologias "verdes".
"Trabalhando juntos, podemos fazer um grande progresso para o bem da humanidade e do planeta", conclui o artigo.
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